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A amamentação é frequentemente retratada como um momento mágico entre mãe e bebê. Mas muitas mulheres, principalmente nas primeiras semanas, se veem enfrentando uma realidade bem diferente: dor, desconforto e até lágrimas ao colocar o bebê no peito.
Se isso está acontecendo com você, respire fundo. Você não está sozinha. E, mais importante: existe solução.
Neste artigo, vamos conversar sobre as causas mais comuns da dor ao amamentar, os riscos de continuar com esse incômodo sem buscar ajuda e, claro, as formas eficazes de aliviar e resolver o problema.
Dor ao amamentar não é normal — é sinal de que algo pode estar errado
Muita gente ainda repete a ideia de que “no começo dói mesmo” ou que “é só o corpo se acostumar”. Mas a verdade é que amamentar não deveria doer. Desconforto leve nos primeiros dias pode acontecer, sim. Mas dor intensa, fissuras, queimação ou sangramento no mamilo não são normais — e devem ser observados com cuidado.
Como essa dor costuma se manifestar?
Alguns relatos comuns entre mães:
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- Ardência ou dor aguda durante ou após a mamada
- Mamilos rachados, sangrando ou com crostas
- Sensação de queimação ou pontadas no interior do seio
- Vermelhidão, inchaço ou áreas endurecidas na mama
- Dor que persiste mesmo após a mamada acabar
Esses sintomas impactam diretamente a experiência da mãe. Algumas relatam medo da próxima mamada, sensação de impotência, culpa por não conseguir amamentar com prazer e até vontade de desistir da amamentação.
Causas comuns da dor ao amamentar
Conhecer os possíveis motivos é o primeiro passo para encontrar o alívio. Veja abaixo as causas mais frequentes:
1. Pega incorreta
A forma como o bebê abocanha o seio faz toda a diferença. Uma pega errada pode causar dor, machucar o mamilo e dificultar a saída do leite.
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2. Fissuras mamilares
São pequenos cortes ou rachaduras nos mamilos, geralmente causados por sucção incorreta. Podem sangrar e doem bastante durante a mamada.
3. Ingurgitamento mamário
Acontece quando as mamas ficam muito cheias, endurecidas e sensíveis. O leite pode não sair com facilidade, o que gera dor e frustração.
4. Mastite
É uma inflamação da mama que pode evoluir para infecção. Os sintomas incluem dor intensa, vermelhidão localizada, febre e mal-estar.
5. Candidíase mamária
É uma infecção por fungos (candida) que causa uma dor em pontada ou queimação intensa, mesmo após a mamada. O mamilo pode ficar brilhante, rosado e sensível ao toque.
6. Freio lingual curto no bebê
Muitas vezes, o bebê não consegue fazer uma pega eficaz por conta de alterações anatômicas na língua. Isso causa dor na mãe e dificulta a amamentação.
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Como as mães se sentem com a dor ao amamentar?
Além do incômodo físico, a dor afeta o emocional da mãe. É comum surgir:
- Sentimento de frustração ou fracasso
- Medo de não conseguir amamentar
- Sensação de culpa por não sentir prazer nesse momento
- Ansiedade e estresse a cada mamada
Tudo isso pode contribuir para um início de baby blues ou até agravar quadros de depressão pós-parto. Por isso, acolher essa dor e buscar ajuda são passos essenciais.
Os perigos de continuar amamentando com dor
Ignorar a dor ou esperar que ela “passe sozinha” pode trazer consequências:
- Interrupção precoce da amamentação: muitas mães acabam desmamando antes do desejado por não aguentarem mais o sofrimento.
- Infecções graves: fissuras expostas podem evoluir para mastite ou abscessos, exigindo até uso de antibióticos.
- Produção de leite afetada: dor constante pode reduzir a frequência das mamadas e, consequentemente, diminuir a produção de leite.
- Desconexão emocional com o bebê: quando a amamentação é associada à dor, o vínculo pode ser impactado.
O que fazer para aliviar a dor e seguir amamentando com mais leveza
A dor na amamentação pode ser angustiante, mas a boa notícia é: quase sempre tem solução — e você não precisa passar por isso sozinha.
Com os cuidados certos e pequenas mudanças, é possível transformar esse momento difícil em algo mais tranquilo, confortável e, sim, prazeroso.
A seguir, veja orientações práticas, detalhadas e seguras para lidar com a dor durante a amamentação:
1. Busque orientação profissional especializada
Se você sente dor frequente ou intensa ao amamentar, o primeiro passo deve ser procurar ajuda de profissionais especializados em amamentação, como:
- Consultoras de amamentação
- Enfermeiras obstétricas
- Fonoaudiólogas especializadas
- Pediatras com formação em aleitamento
Esses profissionais vão observar a forma como o bebê pega o seio, avaliar a posição, verificar possíveis causas anatômicas (como freio lingual curto) e orientar a correção com carinho e conhecimento.
🟡 Dica: Muitas maternidades e postos de saúde oferecem esse tipo de atendimento gratuitamente. Vale buscar na sua cidade.
2. Ajuste a pega e a posição do bebê
A pega correta é a base para uma amamentação sem dor. Se o bebê abocanhar apenas o bico do seio (em vez da aréola inteira), o atrito pode causar rachaduras, feridas e dor intensa.
✔️ Sinais de uma boa pega:
- O bebê abocanha uma boa parte da aréola (não só o bico)
- O queixo toca o seio e o nariz fica livre
- A boca está bem aberta, com os lábios virados para fora
- Você sente uma pressão, mas não dor
🟡 Experimente posições diferentes:
Às vezes, mudar a forma como o bebê é posicionado já traz alívio imediato. Tente posições como:
- Tradicional (sentada, com o bebê de frente)
- Deitada de lado (ideal para repouso)
- “Cavalinho” (bebê sentado no colo)
- Invertida (com o bebê sob o braço, como uma bola de futebol americano)
Cada mãe e bebê encontram uma forma que funciona melhor. Vá testando com paciência.
3. Cuide bem dos mamilos entre as mamadas
Após a mamada, os mamilos ficam mais sensíveis — então cuidar dessa região é fundamental:
- Evite sabonetes ou produtos agressivos nos seios
Apenas água morna já é suficiente para a higiene. - Pingue algumas gotas de leite materno no mamilo
O leite tem ação cicatrizante e antibacteriana natural. - Use pomadas de lanolina pura
Elas ajudam a hidratar e cicatrizar fissuras sem prejudicar o bebê. - Deixe os seios “respirarem” sempre que possível
Evite usar sutiã muito apertado o tempo todo; o atrito constante piora o quadro.
4. Faça compressas quentes ou frias, conforme a necessidade
As compressas são ótimas aliadas para aliviar o desconforto:
- Compressa morna antes da mamada: ajuda a dilatar os ductos e facilita a saída do leite.
- Compressa fria depois da mamada: reduz o inchaço, alivia a inflamação e a dor.
🟡 Dica prática: Você pode usar fraldinhas limpas, bolsas térmicas ou até paninhos molhados. Só tenha cuidado com a temperatura — evite que esteja muito quente, para não causar queimaduras.
5. Evite bicos artificiais ou intermediários sem necessidade
Chupetas, mamadeiras e bicos intermediários de silicone podem confundir a sucção do bebê, o que acaba prejudicando a pega natural no peito.
Se você está sentindo dor, pode parecer tentador usar um bico de silicone para “proteger”. Mas, na maioria dos casos, isso é um paliativo que mascara o problema, sem resolvê-lo de fato.
Só use esse tipo de recurso com orientação profissional, e sempre como uma medida temporária.
6. Ordenhe o leite em momentos estratégicos
Se os seios estiverem muito cheios (ingurgitados), pode ser necessário ordenhar um pouco antes da mamada. Isso amolece a aréola, facilita a pega do bebê e reduz a dor.
Você pode fazer isso:
- Manual: com movimentos circulares e suaves
- Com bomba elétrica ou manual
🟡 Importante: Ordenhe apenas o suficiente para aliviar o seio. Ordenhas excessivas podem estimular ainda mais a produção, piorando o quadro de ingurgitamento.
7. Avalie possíveis infecções (como candidíase ou mastite)
Se você sentir dor em queimação, mesmo fora da mamada, ou notar sinais de infecção (febre, calor local, vermelhidão, mal-estar), procure seu médico imediatamente.
- A mastite exige tratamento com antibióticos e, em alguns casos, esvaziamento das mamas.
- A candidíase mamária pode precisar de antifúngicos tópicos e orais.
Tentar amamentar com infecção ativa, além de extremamente doloroso, pode agravar o quadro.
8. Cuide de você como um todo
Não dá pra ignorar o impacto emocional da dor na amamentação. Se você está sobrecarregada, exausta ou sentindo que vai “explodir”, seu corpo e sua mente vão gritar por socorro.
Autocuidado não é luxo — é uma necessidade vital nesse momento.
- Descanse sempre que possível (dormir com o bebê, por exemplo)
- Peça ajuda para as tarefas de casa e com outros filhos
- Fale com outras mães, troque experiências, desabafe
- Se necessário, busque apoio psicológico ou em grupos de apoio à amamentação
Prepare os Seios com Cuidados Simples

Como se Preparar para Amamentar
Amamentar com conforto é possível — e você merece viver isso
Você não precisa se acostumar com a dor. Não precisa aguentar calada.
Amamentar pode, sim, ser um momento de amor, conexão e prazer — mas isso só acontece quando você está bem, física e emocionalmente.
Cuide de si com o mesmo carinho que cuida do seu bebê. Você é importante. Sua dor importa. E ela tem solução.
Se este conteúdo te ajudou, compartilhe com outra mãe que pode estar passando pelo mesmo. Apoiar outras mulheres é uma forma de criar maternidades mais leves e conscientes — juntas.
E se mesmo assim a dor persistir?
Nem sempre o processo é imediato — e tudo bem. O importante é não sofrer em silêncio. Insista em buscar ajuda, teste novas abordagens e lembre-se: a amamentação deve ser um momento de conexão, e não de sofrimento.
E se, no fim, a escolha for por outro caminho (como complemento ou desmame precoce), isso não diminui seu valor como mãe. O que importa é o bem-estar de vocês dois.
Conclusão: dor na amamentação tem solução — e você merece amamentar com conforto
Sentir dor no peito ao amamentar não é algo com que você precise conviver. Com informação, apoio e cuidado, é possível transformar essa experiência — que hoje pode estar sendo difícil — em algo mais leve e prazeroso.
Se você está passando por isso, acolha seu corpo, sua dor e suas emoções. Busque ajuda, converse com outras mães, e acima de tudo, seja gentil com você mesma.
Você está fazendo o seu melhor. E isso já é incrível.